FAQ

O que é um aterro? Como funciona?

Um aterro é uma infraestrutura que recebe os resíduos que não podem ser reutilizados, recuperados, reciclados ou valorizados. Estes resíduos são depositados, compactados e cobertos em camadas separadas por terra.

A passagem das águas pluviais e a própria percolação da massa de resíduos origina a formação de lixiviados que, dada a sua natureza e complexidade representam uma ameaça para a saúde pública e para o ambiente, fundamentalmente ao nível das águas e solos.

Por este motivo, o Aterro da TRIAZA foi projetado e construído com sistema de impermeabilização que garante a total estanquidade e segurança no processo. As sucessivas camadas de proteção de geocompostos asseguram a proteção dos solos e aquíferos existentes contra qualquer eventualidade de migração acidental de lixiviado.

Quadro 1: Sistema de Impermeabilização (do fundo para o topo)

No fundo:


– Camada geológica de material silto-argiloso, com 0,5 m de espessura;
– Geocompósito bentonítico;
– Geomembrana de polietileno de alta densidade (PEAD), com 2 mm de espessura, protegida superiormente por geotêxtil;
– Camada mineral de drenagem, com 0,5 m de espessura, sendo constituída por 0,10 m de areia na base e 0,40 m de brita não calcária no topo.

Nos taludes:


– Camada geológica de material silto-argiloso, com 0,5 m de espessura;
– Geocompósito bentonítico;
– Geomembrana de PEAD de 2 mm de espessura, protegida superiormente por geotêxtil;
– Geocompósito de drenagem, protegido por geotêxtil na face inferior;
– Geotêxtil de 300 g/m2, resistente aos UVs.

Que tipo de resíduos podem ser depositados?

De acordo com o Alvará de Licença n.º 009/2017 e Licença Ambiental n.º 463/0.0/2013, a TRIAZA fica autorizada a depositar no aterro os resíduos que cumpram os critérios de admissão e aceitação na classe de aterros de resíduos não perigosos, e de acordo com as Tabelas do Anexo IV, do Decreto-Lei 183/2009 de 10 de Agosto.

Quem pode descarregar resíduos?

Qualquer produtor de resíduos que cumpra os critérios de admissão e aceitação, de acordo com as Tabelas do Anexo IV, do Decreto-Lei 183/2009 de 10 de Agosto.

Quanto tempo vai durar o aterro?

O aterro tem um tempo de vida útil estimado de 17 anos, prevendo-se a deposição de resíduos até ao preenchimento das cotas de selagem licenciadas. Após este período, procede-se à selagem do aterro e ,de forma a dar cumprimento ao Decreto-Lei nº183/2009 de 10 de Agosto, manter-se-á o mesmo em monitorização por 30 anos.

Quantas toneladas são depositadas por ano?

A capacidade do aterro é de 1.150.300 m3, estando prevista a deposição anual de 50.000 toneladas.

O que acontece aos lixiviados?

Na deposição de resíduos em aterro são produzidos efluentes, em relação aos quais, de forma a assegurar, com mais eficácia, a proteção do ambiente e da saúde humana, é necessário o seu adequado tratamento. Estas águas residuais são caracterizadas por elevadas cargas poluentes e devem ser adequadamente recolhidas e tratadas em estações de tratamento.

Assim, todos os lixiviados retidos pelo sistema de impermeabilização são enviados para um sistema de pré-tratamento em lagoas, também elas protegidas com idêntico sistema de impermeabilização ao do aterro. Daqui, os lixiviados são enviados por bombagem para o sistema de saneamento que encaminha as águas para a ETAR, de modo a que estas recebam o tratamento adequado.

Como é controlado o aterro ambientalmente?

Conscientes de que o aterro da TRIAZA incorpora na sua conceção e gestão procedimentos e metodologias ao nível das melhores infraestruturas existentes, foi concebido um rigoroso plano de vigilância e monitorização ambiental.

Este plano baseado, essencialmente, na monitorização da qualidade das águas superficiais e dos aquíferos envolventes, na qualidade do ar e dos solos, não poderia deixar de monitorizar os subprodutos da própria atividade associada, quer do ponto de vista sólido (resíduos rececionados), quer do ponto de vista líquido (lixiviado) e/ou gasoso (biogás).

Para o efeito, foram instalados, ainda antes da entrada em funcionamento do aterro, um conjunto de 3 piezómetros, e implementado um esquema de análise e controlo de parâmetros significativos, com vista a avaliar o impacto que a infraestrutura poderá eventualmente provocar no meio envolvente.

Dados meteorológicos locais, dados de análises periódicas efetuadas nos vários descritores ambientais (água, solo e ar) e dos próprios parâmetros de exploração, são os elementos chave de uma base de dados ambiental que permite, através de mecanismos de controlo, garantir a qualidade do processo, minimizando os efeitos potencialmente negativos para o ambiente e para a saúde pública.